quinta-feira, 18 de março de 2010

Vícios


Qualquer coisa que nos dá prazer pode viciar, QUALQUER COISA até mesmo uma coisa que é considerada super sadia que é o esporte, pode se tornar uma atividade viciante, tudo que libera dopamina no nosso cérebro pode viciar, ou seja, tudo que nos dá prazer tem um certo risco de nos deixar viciados, chocolate, internet etc

Bom, mas antes... Vamos entender o que é VÍCIO? É um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo que seja para a pessoa viciada e até aos que com ele convivem. Além disso, está fortemente relacionada a interpretações religiosas, sempre denotando algo negativo, inadequado, socialmente reprimível, abusivo e vergonhoso. Porém, em termos genéricos, é interessante a abordagem de Margaret Mead:

“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício, é quando se tem o prazer seguido da dor”

A ciência tenta explicar em todas as suas vertentes a origem do vício, mas filosoficamente isto é contraditório, já que o conceito de ciência não prescinde de moral ou ética, ao menos no sentido social, em sua prática investigatória, e portanto, tal conceito não pode ser quantificado ou isolado para análise imparcial.

Por outro lado, em se tratando de dependência, seja ela de ordem orgânica, psico-social ou mista, há grandes possibilidades de se encontrar medicamentos definitivos e de maior qualidade, que eliminem o vício em suas diversas formas.

Muitas pesquisas encontram uma relação direta entre prazer (imediato) e dependência, e o poder de atração para um novo ciclo de prazer-depressão, característico de todas as formas de vício. Dessa forma, a despeito de a configuração deste comportamento ser explicada biologicamente, sua avaliação social é paralela aos conceitos de mau, incorreto, indecente, anti-natural, arriscado, doentio, perigoso, fatal, evidenciando que a construção histórica do conceito aponta sua prática indiscriminada em direção à morte ou grave degradação biológica do indivíduo viciado, ou seja, vício é um conceito composto e indissociável, formado por diversas acepções que se sobrepõem nos campos medicinais ou biológicos, históricos, políticos, antropológicos, econômicos, psicológicos e psicanalíticos, religiosos, éticos e morais e além disso, é um conceito contemporâneo (da forma como o conhecemos) que não existia há algumas décadas, e não pode ser isolado como processo biológico, evidenciando-se a primazia não da química, mas de todo um complexo real e imaginário em torno da individualidade.

Para a psicologia comportamental o vício é resultado de uma construção orgânica, desencadeada pelo reforço de uma relação entre estímulo e prazer químico, ou ainda, é uma questão puramente biológica, em detrimento da abordagem simbólico-linguística que a psicanálise Lacaniana enuncia. As pesquisas dessa linha de conhecimento fornecem dados a partir de experimentos com animais menos desenvolvidos psicologicamente que o homem como ratos, gatos e cachorros e outros animais, que não possuem realidade social, individualidade ou auto-consciência, como ocorre nos seres humanos.

Bom, só pra terminar o assunto e puxar já um outro bom e velho assunto pra discussão, já que a maconha na verdade não é viciante química como o cigarro, é simplesmente um viciante psicológico, de hábito, por que um dos mais fortes argumentos contra a legalização da maconha é o fato dela ser uma droga que vicia? (Detalhe do começo do assunto, TUDO, mas realmente TUDO dependendo do caso e da forma de uso ou proveito pode ser viciante)

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